Vinhos e belas paisagens

Durante o início da pandemia as vinícolas também fecharam para visitação. Com a retomada das atividades, o setor teve que se adequar as restrições. Segundo o presidente da Associação Vinhos de Altitude, Eduardo Bassetti da Vinícola Villaggio Bassetti, as degustações estão sendo realizadas com metade, ou até 1/3 das pessoas que visitavam o local em tempos normais. “Visitas em grupos não estão acontecendo, mas conseguimos atender as pessoas com o distanciamento correto, para que possam degustar os vinhos. Também conseguimos dar continuidade aos passeios nos vinhedos, como os piqueniques, que estão sendo umas das atividades que tem gerado muito interesse nos visitantes”.

Colheita uvas Cabernet Sauvignon - Vinícola Villaggio Basseti
Colheita – Uvas Cabernet Sauvignon – Vinícola Villaggio Bassetti

Além disso, a Associação de Vinhos de Altitude está trabalhando em conjunto com outros empresários locais, como donos de restaurantes e hotéis.

Usando o seu relacionamento para instruir que as vinícolas trabalhem com o turismo de experiência, fazendo para que nesta forma o visitante possa desfrutar do vinho no local e também possa levar para casa e dar continuidade a essa memória. “Esse é um momento de aprendizado que vai se estender por um bom tempo, temos que aprender o novo formato de turismo, assim como nos adaptamos com o crescimento das vendas pela internet” diz ele.

O que tem-se notado é que os grupos de visitantes buscam por ar livre, sair da agonia de ficar confinado. “Nosso trabalho é manter, neste momento, a tranquilidade para que as pessoas possam vir com segurança em nossa região. Estamos frequentemente falando sobre as medidas preventivas em nossos estabelecimentos”.

Quem visita a Serra Catarinense tem a oportunidade de desfrutar do vinho, da comida e da paisagem, aliada a uma região muito bonita e ainda, pouco explorada.

Entrevista com Eduardo Bassetti da Vinícola Villaggio Bassetti

Vinhedos são diferencial turístico na Serra Catarinense. Mesmo durante a pandemia do coronavírus, depois da liberação de alguns setores turísticos, os vinhedos vem se destacando como uma das principais procuras dos turistas na Serra Catarinense. Acompanhe a entrevista com o Presidente da Associação Vinhos de Altitude, Eduardo Basseti, Vinícola Villaggio Bassetti.

RE: Qual o papel das vinícolas no turismo da Serra Catarinense?

Eduardo Bassetti, presidente da Associação Vinhos de Altitude

Eduardo Bassetti: As vinícolas tem um papel importante na diversificação do turismo de quem visita a Serra. Que não procura apenas pelo frio, neve, aventura. Ele quer a experiência de uma região muito nova, onde pode provar vinhos diferentes do que ele conhece de outras regiões – essa é uma característica das altitudes – esse é o papel, que possamos trazer as pessoas para desfrutar de outras experiências. As vinícolas são mais um atrativo na Serra, que congregam um grupo de atividades que contribuem para o turista passar mais tempo aqui.

RE: Cada vez mais, as pessoas, querem vivenciar o turismo de experiência. A vinícola propicia este fator de várias formas. Quais são as alternativas tomadas neste quesito, durante a pandemia?

Eduardo Bassetti: Durante o início da pandemia a gente fechou para visitação. Agora estamos fazendo degustação com metade ou até 1/3 das pessoas que vinham no tempo normal. Visitas em grupos não estão acontecendo, mas conseguimos atender as pessoas com o distanciamento correto, para que possam degustar os vinhos. Um ponto importante é que os passeios do vinhedo continuam, piqueniques por exemplo, em que conseguimos manter as pessoas afastadas, é uma das atividades que tem gerado muito interesse. As famílias têm vindo na intenção de sair da agonia do confinamento, buscam pelo ar puro da nossa região. Nosso trabalho neste momento é manter os estabelecimentos atentos e respeitando as normas, para que assim os turistas continuem vindo com tranquilidade.

RE: Mais do que nunca, os turistas buscam pela economicidade? Como o turismo vai conciliar este fator ao desenvolvimento individual de valores e cultura, em tempos de adaptação por conta do COVID-19? E como ficam as vinícolas neste quesito?

Eduardo Bassetti: Acredito que os passeios na Serra são baratos. Nossa alimentação tem um valor razoavelmente barato. Quando falamos em vinhos o valor é um pouco mais alto, em função das diversas condições, climática, de baixa produtividade ou altos impostos, mas são produtos de alta qualidade. Qualquer turista que venha passear, consegue comprar e consumir bons vinhos e ficar em pousadas com alto valor de atendimento, mas de preços baixos, comparado a outras regiões já consolidadas. Esse é um fator que tem ajudado o turista a vir para cá. Faz com que eles possam ficar por aqui mais tempo. Na Serra hoje, temos sete vinícolas que tem o atrativo da visitação. E estamos conseguindo explorar isso, neste momento. Já que as pessoas não estão procurando só um lugar mais barato, mas também calmo, seguro e que não dependa de aglomerações de transporte.

RE: Você diria que as principais atrações para o negócio são as vinícolas aliadas as belas paisagens e ao frio da Serra?

Eduardo Bassetti: Com certeza, com tudo que elas –vinícolas- oferecem como happy hour, sunsat, jantar harmonizado, almoço, passeio nos vinhedos, piqueniques, o turista tem a oportunidade de desfrutar do vinho, da comida e da paisagem. Aliada a uma região muito bonita e ainda pouco explorada. São infinitas possibilidades, desde a gastronomia como o pinhão, as belezas naturais como a Serra do Rio do Rastro e a revoada do Papagaio Charão. Temos tudo que o turismo pode oferecer e estamos sempre nos adaptando.

RE: Quais serão as mudanças mais perceptíveis neste setor pós-coronavírus?

Eduardo Bassetti: A queda nas vendas de espumantes, que eram vendidas em festas, comemorações, eventos. E também a queda nas vendas de restaurantes e lojas físicas. Em contraponto aumentaram as vendas pela internet e delivery de vinho. Além disso, por algumas pesquisas divulgadas, foi possível perceber que houve um aumento no consumo de vinhos.

RE: A Associação Vinhos de Altitude, está pensando em outras formas de divulgação para o negócio?

Eduardo Bassetti: Estamos trabalhando muito com a indicação geográfica. Nosso objetivo é que quem compra nossos vinhos fora da Serra, saiba do nosso controle e qualidade. A associação contribui muito para isso, em um ano conseguimos dar entrada no INPI. E estamos trabalhando para que esse registro não demore. Além disso, continuamos passando as informações para nossos associados sobre as pesquisas de mercado e sobre as regras para atendimento e recepção. Nossa região hoje, perto do público, é o grande mercado de turismo. E a associação tem usado o relacionamento com diversos setores para que as vinícolas atendam desta mesma forma. Esse novo momento ainda vai se estender por um bom tempo, vamos nos adaptar.